Carmelita descalça (1933 – 1942)
1933
Em 14 de outubro, Edith Stein ingressa no Carmelo descalço de Colônia. Apesar de não ter conseguido convencer a sua mãe de apoiar a sua decisão, ela atravessa o “umbral da casa do Senhor” com alegria e uma profunda paz. Está onde desejou desde a sua decisão de se tornar católica, depois de ter lido o Livro da Vida de Santa Teresa d’Ávila.
1934
Em 15 de abril, domingo do Bom Pastor, após seis meses de postulado Edith é autorizada a entrar no noviciado. A missa solene de 9hs é seguida do recebimento do hábito. Ela escolhe o nome de Teresa Benedita da Cruz e no convite que envia a seus familiares e amigos escreve a frase: “O Senhor é minha luz e salvação, de quem temerei?” (Sl 26,2). Nenhum de seus familiares participa da cerimônia.
1935
Em 21 de abril de 1935, domingo do Bom Pastor, faz sua 1ª profissão temporária.
Após sua profissão ficou resolvido não enviar Teresa Benedita da Cruz, como ela havia desejado e pedido, à nova fundação que estava acontecendo na Breslávia, sua cidade natal. O nacional-socialismo nazista era muito forte lá e a sua origem hebraica poderia pôr em risco a fundação e a sua própria vida. Mas as irmãs compraram toda a madeira para a construção da Sra. Augusta Stein, ajudando-a nesse tempo de perseguição.
Nesse mesmo ano Provincial da Alemanha, Padre Teodoro Rauch, lhe pede para continuar a sua atividade científica no convento de Colônia.
Em maio Edith Stein se põe obedientemente ao trabalho e retoma o seu texto Potência e ato para finalizá-lo. Mas o texto será praticamente todo reescrito, apesar de ela não ter acesso a todos os livros que necessitava. Contando sempre com a Providência, escreve a sua obra prima: Ser finito e eterno e acrescenta a ele dois apêndices: Castelo interior e A filosofia existencial de Martin Heidegger.
1936
Em 10 de janeiro, Teresa Benedita da Cruz não pôde acompanhar suas irmãs nas eleições do Reichtage (câmara legislativa) por causa de sua origem hebraica. No entanto, à noite alguns homens vão ao convento para levá-la para votar, visto que tinha sido registrada como católica. Naquele momento Edith Stein ainda não tinha sido registrada como “não-ariana”.
A Sra. Augusta Stein fica muito doente, e nesse período sofre ainda mais a ausência de sua filha caçula, Edith.
Em 1º de setembro, Edith Stein conclui a obra Ser finito e eterno.
Em 14 de setembro, festa da Cruz gloriosa, morre sua mãe, na mesma hora em que as carmelitas renovam seus votos. Ela relata ter sentido a presença de sua mãe junto a ela, justo no momento de sua renovação.
No dia 24 de dezembro, sua irmã Rosa é batizada em Colônia. Ela também seguirá sua irmã no Carmelo de Echt, na Holanda.
1938
Tereza Benedita da Cruz faz sua profissão solene no dia 21 de abril, no interior de sua comunidade.
No dia 27 deste mês, morre Edmund Husserl. Edith escreve para uma religiosa amiga, Irmã Adelgundis Jaegerschmid,
afirmando não se preocupar com a salvação de seu querido Mestre, pois “quem busca a Verdade, busca Deus, quer seja consciente disso ou não” (Carta de 23 de maio de 1938).
Teresa Benedita da Cruz recebe o véu negro no dia 1ª de maio.
1939
No dia 1ª de janeiro Edith Stein chega ao Carmelo de Echt, na Holanda, enviada pelas Irmãs para fugir da perseguição nazista.
Sua irmã Rosa chega ao mesmo Carmelo no dia 1º de julho. Lá assume os serviços da sacristia e da portaria externa, assim como ajuda no jardim e horta. Escreve aos seus parentes que emigraram para os Estados Unidos da América que levava uma vida muito feliz no Carmelo.
1939
Teresa Benedita da Cruz se oferece pela paz ao Sagrado Coração. Pede autorização à Madre Superiora para reescrever seu testamento e entrega sua vida como holocausto pelo seu povo.
“Aceito, desde agora, a morte que Deus me reservou, em perfeita submissão à sua santa vontade e com alegria. Peço ao Senhor que Ele possa receber a minha vida e morte para a sua honra e glória, por todas as intenções dos Sagrados Corações de Jesus e Maria e da Santa Igreja, em particular para a conservação, santificação e realização da nossa sagrada Ordem, especialmente os Carmelos de Colônia e de Echt, em expiação pela incredulidade do povo judeu e, a fim de que o Senhor seja recebido pelos seus, para que o seu Reino venha, pela salvação da Alemanha e pela paz no mundo (…).” (STEIN, 2018, p. 578).
No dia 1º de setembro, a Alemanha invade a Polônia. Alguns familiares de Edith Stein conseguem emigrar aos Estados Unidos, Colômbia e Noruega.
1940
Em maio, a Holanda é ocupada pelas tropas de Hitler. Começam os trâmites para transladar Edith Stein e sua irmã Rosa de Echt para o Carmelo de Le Paquier, na Suíça.
1941
Edith Stein escreve um trabalho sobre Pseudo-Dionísio, o Areopagita. Inicia a redação de A Ciência da Cruz. Seus irmãos Frieda e Paul são levados aos campos de concentração.
Em 25 de junho a sua irmã Rosa faz a profissão na ordem terceira do Carmelo, hoje chamada de “ordem secular”.
1942
Em abril, Edith Stein e Rosa são registradas na Gestapo como judias.
Dia 24 de Julho, as Igrejas católicas holandesas leem uma carta pastoral dos bispos condenando a deportação dos judeus.
Dia 2 de agosto, Edith Stein e Rosa são capturadas no Carmelo pela SS.
Em 4 de agosto, são levadas para o campo de Westerbork (Holanda).
Em 7 de agosto, são deportadas para o campo de Auschwitz-Birkenau.
Chegam em 9 de agosto e no mesmo dia são assassinadas, junto com outros judeus, nas câmaras de gás.